terça-feira, 9 de setembro de 2008

Música eletrônica chega ao palco em Circo de pulgas


DJ no teatro não chega a ser uma novidade, mas um espetáculo centrado no universo das raves é inédito por aqui. É essa a proposta da companhia Caixa de Fósforos com sua montagem de estréia, Circo de pulgas, em cartaz até 14 deste mês no Espaço Cultural Ambiente. A pretensão do grupo não é a de tratar somente das gigantescas festas regadas a música eletrônica, mas principalmente no comportamento das pessoas em meio a eventos de massa.

Veja mais fotos do espetáculo Circo de pulgas

Como diz o diretor Wellington Braga, a dramaturgia é assinada por Thiago Pagani, o que interessou à companhia foi tratar do coletivo. O universo também poderia ser o de uma igreja evangélica num domingo ou o de um estádio de futebol em final de campeonato.

Mas como optou pela rave, a companhia (formada por ex-alunos do Teatro Universitário) resolveu ir a campo. Braga freqüentou raves e chamou um DJ para criar uma trilha sonora. O papel coube ao produtor Matheus Antunes, que se baseou na música da dupla Infected Mushroom, presença de peso nos eventos do gênero, para criar as faixas que permeiam toda a história. Tanto que um dos atores fica em cena com uma picape. No elenco estão (dir p/ esq) Liu Ladeira, Harley Winter, Thiago Pagani e Jeferson Lemos(não aparece nessa foto).

A história tem como protagonista João da Bala (o “sobrenome”, para os iniciados, faz referência às drogas vendidas em raves) que, numa festa, passa a não discernir o que é realidade ou não. “Nossa intenção não foi a de questionar o consumo de drogas”, afirma Braga. Nesse ambiente, João contracena com dois personagens que o deixam em dúvida sobre serem ou não reais.

O trabalho foi iniciado pelo grupo há dois anos. “Hoje, milhares de pessoas que vão às raves estão ali em função de um DJ, um indivíduo que exerce um controle sobre a massa. Achei interessante entrar nesse universo, pois está muito ligado à juventude. E, de maneira geral, o jovem atual não quer dialogar, mas sentir”, acrescenta Braga. Como toda a equipe do espetáculo está na casa dos 20 e dos 30 anos, as referências em cena não são diferentes daquelas que o público das raves tem. Para aproximar a platéia daquele ambiente, o espaço onde a montagem está sendo encenada também recebeu tratamento diferenciado.

Seção: Música - 05/09/2008 07:00
Matéria extraída do site do Estado de Minas/ Caderno "Divirta-se". Matéria de Mariana Peixoto

Nenhum comentário:

Postar um comentário